Nova vida para as embalagens de plástico misto
O futuro vai muito bem com 3D-Misto. Um projeto de I&D envolvendo impressão e processo 3D, para transformar embalagens de plástico misto e prolongar a sua vida útil. Um novo capítulo da grande lição de economia circular que o Planeta nos convoca a estudar. E a praticar…
Na sua procura incessante de novas soluções sustentáveis para a utilização de plásticos reciclados de embalagens domésticas, a LIGEPLAS deu um passo em frente ao desenvolver o 3D-Misto. Um projeto que torna viável a obtenção de produtos por impressão 3D, utilizando, justamente, plásticos pós-consumo – embalagens de batatas fritas, de manteigas, de iogurtes sólidos, entre outros exemplos.
Christian Gómez, administrador da empresa, conta que durante a execução do projeto foi possível concluir que, neste contexto dos plásticos reciclados, antes de avançar para a produção em massa é necessário, previamente, testar todo o material que se pretende
reciclar. Desde logo por ser muito difícil prever teoricamente a melhor composição de materiais ideais para cada peça. “Dependendo do desenho da peça a imprimir, da sua finalidade, da sua composição e dimensão, impõe-se sempre um teste real”, defende Christian Gómez.
Reciclar é circular…
O 3D-Misto constitui a solução mais inovadora desenhada pela empresa até ao momento, desenvolvida inteiramente com recursos próprios, tanto de pessoal quanto de fabricação, projeto e colocação em operação dos equipamentos. “Entendemos que este é um grande passo para alcançar uma efetiva economia circular, pois qualquer produto fabricado com o processo ‘3d MIX’ é facilmente convertido no mesmo produto ao reintroduzi-lo na cadeia produtiva”. Considerando a dificuldade em obter produtos finais a partir de embalagens recicladas por métodos convencionais de injeção, acresce que o 3-D Misto representa algo mais, ou seja, mais um passo perante o desafio que é recuperar e transformar resíduos plásticos e, como consequência desejável, “prolongar a sua vida útil”.
Dar nota sublinhada das preocupações com o futuro sustentável pode parecer lugar-comum, mas em nome do Planeta em que vivemos todos os alertas são bem-vindos.
Resulta daí a importância maior da reciclagem e de tudo quanto signifique novos processos que tragam melhorias à capacidade de minimizar a pegada de carbono e que, de caminho, sejam indutores da economia circular. “A nossa aposta na reciclagem de plástico como objeto de estudo para novas aplicações aos resíduos gerados tem tudo a ver com esse pressuposto, com essa urgência”, argumenta Christian Gómez.
… e circular é (re)viver
Enquanto projeto de I&D que estuda a utilização de resíduos de plástico misto, o novo 3D-Misto é uma resposta inovadora e diferenciada. Em bom rigor, trata-se da “primeira impressora e processo 3D projetados para a reciclagem de termoplásticos pós-consumo na manufatura aditiva [método produtivo de última geração que não precisa de moldes para gerar produtos]”, faz notar o administrador.
O 3-D Misto vem, em síntese, demonstrar a circularidade do processo de impressão 3D aplicado às embalagens de plástico misto, uma vez expirada a sua vida útil, ou que se encontrem danificadas, ou quando se pretenda reconverter e apostar num novo design.
Seja qual for o propósito, a ideia é partir para uma nova vida. Porque, bem vistas as coisas, o futuro tem de ser assim. Definitivamente, circular.
Este é um projeto apoiado e cofinanciado pela Sociedade Ponto Verde
no âmbito do seu Programa de I&D