O futuro sustentável reveste-se de ideias assim                     

Design by Flowco, a Goma é o primeiro azulejo ecológico fabricado em Portugal. Apenas um exemplo de como um projeto português está a seduzir o mundo com produtos – neste caso, revestimentos e pavimentos – que resultam da valorização de resíduos. Seja, de forma direta, com aplicação de recicláveis, seja através de materiais compósitos desenvolvidos a partir de resíduos.

No início, eram quatro estudantes de arquitetura. Hoje, ainda que todos permaneçam amigos, são dois os arquitetos que decidiram seguir em frente com o projeto, repartindo competências e responsabilidade na gestão de topo da Flowco. Uma start-up pensada em 2015, constituída três anos depois e que, hoje, por força de uma dinâmica imparável e de um modelo de negócio escalável, evolui na condição de scale-up.

O ponto de partida, a ideia, o propósito, vem de um pensamento comum dos tempos da universidade: inovar a partir do desenvolvimento de produtos cujo design tenha como ponto de apoio, exclusivamente, materiais da última geração ecofriendly. O mesmo é dizer produtos que nascem da valorização dos resíduos, ora de forma direta, contemplando a aplicação de materiais recicláveis, ora de forma indireta, ao resultarem de materiais compósitos incluindo resíduos. Esta é base, a essência de uma empresa que atualmente olha para todas as latitudes do mundo.

Marca de serviço

Marca de produto

“Enquanto Flowco, somos um laboratório e marca de design de produto ecológico. E enquanto Goma, marca associada a revestimentos e pavimentos sustentáveis, somos um segundo corredor por onde passa o nosso compromisso com o futuro”, assinala Sebastião Ataíde, co-founder e gestor de operações.

Ao espreitarmos os dois polos que se agregam no portefólio da empresa, temos, assim, que a Flowco é uma marca de serviço e a Goma é uma marca de produto.

“A Flowco avalia a necessidade de os nossos clientes industriais, por um lado, passarem a dispor de um produto ecológico e de, simultaneamente, conferirem valor aos seus resíduos. O que nos move, desde logo, é desenvolver o design de um produto apto a colocar no mercado”, faz notar Sebastião Ataíde. “No que reporta à marca Goma, e no contexto do design de interiores, a ideia é produzir um pavimento e um revestimento com características técnicas muito específicas, como sejam a absorção de impacto ou a absorção acústica”.

Tudo somado, a Goma abarca atualmente mais de 4.600 referências de produto. “Estamos a falar de azulejos ecológicos, com espessuras as mais diversas; podem ser dois milímetros, oito milímetros, podem ser espessuras gigantes, redondas, quadradas. Depende da encomenda, do caderno de encargos, daquilo que pretende o nosso cliente na área do design de interiores”, sublinha, por seu lado, António Vale, co-founder e gestor de vendas.

Na mira de arquitetos e designers de interiores

Em relação ao perfil de clientes, enquanto a Flowco é essencialmente procurada por arquitetos, a ponte diálogo que se estabelece através da Goma tem como destinatários, na sua larga maioria, os designers de interiores. Neste capítulo, as credenciais e os argumentos da empresa evoluíram de tal modo e com tal rapidez que hoje a oferta se divide em Goma Decor e Goma Sports, aqui com procura crescente por parte do mercado fitness.

Sebastião Ataíde conta que, “dentro da Flowco, quem nos procura são maioritariamente marcas. Tanto desenvolvemos um tapete de yoga como um compósito para uma loja de calçado. E quem diz indústria do calçado diz indústria da moda, mas, em todo o caso, sempre no contexto do design interior de lojas. Em 2018, alavancámos a empresa com o apoio da SPV, através da Ponto Verde Open Innovation, que nos permitiu a lançar as primeiras bases”.

Estava aberto o caminho para a abertura da primeira unidade de produção, em São João da Madeira, geografia de referência na indústria, designadamente na área do calçado. “Crescemos e evoluímos de tal forma que tivemos de tomar uma decisão. Ou juntávamos esforços e adquiríamos as nossas primeiras máquinas ou continuávamos naquela escala pequena. Decidimos avançar e, em 2021, surgia a nossa primeira fábrica”, recorda António Vale.

Atualmente, o universo Flowco – nele incluído o negócio da marca Goma – envolve 20 colaboradores diretos. E a carteira de clientes supera já os 1.200, na sua maioria (75%) operando no mercado nacional e com especial apetência pela Goma Sport. Nos mercados internacionais, a taxa de crescimento está na casa dos dois dígitos (13%), com a empresa a apostar fortemente na afirmação do portefólio Goma Decor.

Assim se pensa e cria futuro.

Futuro sustentável, revestido de sofisticada dimensão estética.

Este é um projeto apoiado e cofinanciado pela Sociedade Ponto Verde no âmbito do seu Programa de I&D